terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Tabela Cronostratigráfica

O trabalho do estratígrafo é utilizar as rochas sedimentares para reconstituir o passado geológico da Terra, uma vez que nelas se encontram diversas pistas como a ordem pela qual se formaram, as condições atmosféricas ou oceânicas que presidiram à sua formação e os organismos que existiam (e que se encontram fossilizados nelas).
 
A ferramenta a que os estratígrafos recorrem para efectuarem o seu trabalho é a tabela cronostratigráfica (ver na figura 12), que faz a reconstituição dos acontecimentos biológicos e geológicos mais marcantes da história da Terra e está organizada por ordem temporal numa escala cronostratigráfica.
Através da escala cronostratigráfica, o estratígrafo situa uma dada sequência de rochas no contexto da história da Terra, independentemente do local e litologia das rochas em estudo. Esta escala divide-se em unidades estratigráficas: Andar, Série, Sistema, Eritema e Eonotema, por ordem crescente de idade, a que correspondem as equivalentes unidades geocronológicas: Idade, Época, Período, Era e Eon. A idade (ou andar) é a unidade de maior importância, visto que corresponde ao intervalo de tempo mais curto e, portanto, mais específico.
            É importante notar que, evidentemente, quanto mais se recua no tempo, mais incertas são as divisões do tempo geológico.
            Outra nota: não existe uma única tabela cronostratigráfica aceite universalmente, existem sim diversas propostas que servem para guiar os estratígrafos e outros profissionais do ramo da geologia.

            Existem algumas regras de nomenclatura em relação às componentes das tabelas cronostratigráticas:

Andar ou Idade: Os andares ganham o nome com “localização geográfica” + “iano”; por exemplo, Aquitaniano.

Série ou Época: A sua denominação tem origem do termo geográfico original.

Sistema ou Período: O nome pode terminar em “ico" – ex: Jurássico ou pode provir da posição no calendário da história da Terra – ex: “Carbonífero” provém de “carvão”.

Eritema ou Era: Corresponde a grandes mudanças, como no caso do Paleozóico, que significa “vida antiga”.

Eonotema ou Eon: O nome deriva também de grandes mudanças. Por exemplo, Fanerozóico significa “vida visível”.


Figura 12 - Tabela cronostratigráfica portuguesa, de João Pais e Rogério Rocha.


Referências Bibliográficas:

Carvalheiro, Guilherme; Fernandes, Micael http://files.geomica.webnode.com.pt/200000007-3240b333a8/Tabela%20Cronostratigr%C3%A1fica%20PP.pdf, consultado a 4 de Janeiro de 2011.

Mateus, Octávio (2010),  http://lusodinos.blogspot.com/2010/04/tabela-crono-estratigrafica-portuguesa.html, explorado no dia 4 de Janeiro de 2011.




Um método da estratigrafia

A radiocronologia, ou cronologia isotópica, é aplicada em estratigrafia com o objectivo de fazer a determinação, em valores, da idade das rochas ou fósseis (daí que este método seja vulgarmente designado como datação absoulta).
A radiocronologia é, por definição, um método físico que se baseia nos diversos tempos de desintegração dos isótopos radioactivos. Os isótopos mais utilizados em estudos a longo prazo, (isto é, em datações da ordem dos milhões de anos), são o urânio 235/chumbo 207, o tório 232/chumbo 208 e o radónio 222/estrôncio 87. Para rochas e fóssies mais recentes, recorre-se a isótopos radioactivos de curto tempo de desintegração, como o carbono 14.
A desintegração radioactiva consiste na transformação de alguns elementos químicos noutros (alguns deles emitindo radiação), em que o factor tempo é determinante. Através do conhecimento da taxa a que se dão estas transformações e de análises químicas à rocha em estudo, é possível saber com precisão que elementos químicos estão presentes na rocha e calcular as suas concentrações iniciais. É, deste modo, possível determinar quanto tempo decorreu desde que a rocha se formou ou o organismo viveu (no caso dos fósseis). Este processo é contínuo, irreversível e decorre a velocidade constante.



Bibliografia

Cachão, Mário (2004), Atlas básico de fósseis e minerais. Lisboa, Plátano Editora, S.A.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Fácies e sua aplicação

Fácies é o aspecto conferido por um conjunto de caracteres litológicos e paleontológicos de camadas ou de componentes específicos de rochas, geralmente reflectindo condições da sua génese, independentemente do tempo de origem.
O conceito de fácies tem elevada importância em estratigrafia, pois através do seu estudo é possível identificar o tipo de ambiente sedimentar que presidiu à formação da rocha, por exemplo. Na figura seguinte pode verificar-se esta aplicação que as fácies têm, neste caso, através de uma biofácies.


 Figura 11 - Dedução dos habitats ancestrais das trilobites do período Devoniano, de S. M. Gon (2000), retirado de http://www.trilobites.info/trilopaleogeo.htm e consultado a 1 de Janeiro de 2011.


A lei de Walther surge da necessidade de estabelecer a forma pela qual as fácies se associam e sucedem. O enunciado da Lei de Walther é o seguinte: Numa sucessão vertical concordante, a passagem gradual de fácies traduz a migração, ao longo do tempo, de um conjunto de fácies que coexistiram lateralmente, o que indica que foram originadas em ambientes de deposição lateralmente contíguos.

Para efectuar a datação relativa de rochas com uma boa precisão deve recorrer-se à lei de Walther em conjunto com o princípio da continuidade lateral, visto que a lei completa o princípio.



Referências bibliográficas:

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Unidades Estratigráficas

[7]        As unidades estratigráficas correspondem à materialização de certos conceitos (como a sucessão, simultaneidade e duração dos acontecimentos) conseguida através da observação e/ou dedução de características litológicas, físicas, químicas, e/ou cronológicas.
       
[8]    Existem vários tipos de unidades estratigráficas: unidades objectivas, abstractas e outras.


        Das unidades estratigráficas objectivas fazem parte as:

- Litostratigráficas – relacionadas com a litologia;

- Biostratigráficas – baseadas no conteúdo fossilífero;

- Cronostratigráficas – estabelecidas com base nas relações de idade dos conjuntos de rochas.

O gráfico da figura seguinte (figura 10) mostra que as unidades litostratigráficas são as que requerem menor grau de abstracção e as que têm menor importância geográfica, seguidas das unidades biostratigráficas e as unidades cronostratigráficas são as que exigem maior grau de abstracção e as que têm mais significado geográfico.
Figura 10 - relação entre as unidades estratigráficas objectivas, quanto ao seu grau de abstracção e à sua importância geográfica.

 
Dentro das unidades estratigráficas abstractas ou temporais encontram-se as:

- Geocronológicas – tempo a que correspondem as unidades cronostratigráficas;
- Biocronológicas – tempo a que correspondem as unidades biostratigráficas.


Outras unidades estratigráficas:

- Litodémicas – compostas por corpos líticos que não respeitam o princípio da sobreposição;

- Magnetostratigráficas – baseadas na polaridade magnética;

- Alostratigráficas – constituídas por corpos líticos separados por descontinuidades;

- Tectono-sedimentares – formadas por conjuntos líticos depositados com controlo tectónico;

[9]   - Pedostratigráficas – relacionadas com a formação de paleossolos, ou seja, solos formados em condições antigas, que se encontram cobertos por uma unidade mais recente.


  As unidades estratigráficas dividem-se ainda em formais e informais:
Unidades formais – obedecem ao esquema de regras de definição, classificação e designação estabelecidas por instituições credenciadas de normas e código estratigráfico, como a ICS (International Commission on Stratigraphy - http://www.stratigraphy.org/ ) da IUGS (International Union of Geological Sciences - http://www.iugs.org/), ou seja, são consideradas unidades formais aquelas de que foi publicada definição contendo nome (com as primeiras letras em maiúsculas: Grupo das Beiras, por exemplo), localização, descrição, características do corte tipo, enumeração histórica de estudos anteriores, limites existentes, etc.

Unidades informais ou não formais – são unidades líticas que não seguem as regras de definição, classificação e designação estipuladas e cuja principal finalidade é a identificação expedita. Constituem exemplos de unidades não formais depósitos de vertente, olistostromas, olistólitos, diapiros, sequências litostratigráficas, recifes, línguas, lentilhas ou lentículas, unidades de uso industrial, zonas de minerais pesados, etc.


Referências bibliográficas:

[7] - Site pesquisado a 10 de Novembro de 2010:
        
         [8] – Pais, João (2008),
         consultado no dia 10 de Novembro de 2010.

[9] - http://www.dicio.com.br/paleossolo/, pesquisado a 10 de Novembro de 2010.

sábado, 23 de outubro de 2010

Descontinuidades

Em geologia, o tempo é definido pela continuidade em conjunto com a descontinuidade, ou seja, para fazer o estudo das rochas com a finalidade de criar a geistória não se pode apenas analisar aquilo que está à vista; é também necessário dar atenção às descontinuidades existentes.


[6] Tipos de descontinuidades relativas às camadas rochosas:

- Descontinuidades Sedimentares: Ocorrem entre duas lâminas ou camadas sucessivas com pouco significado temporal; podem corresponder a simples ausência de deposição – descontinuidade passiva -, ou a destruição da lâmina inferior e, nesse caso, designa-se por descontinuidade erosiva. Regra geral, as descontinuidades sedimentares estão relacionadas com as marés sucessivas. Os exemplos mais comuns deste tipo de descontinuidade são mudanças litológicas, superfícies erosivas, entre outros. O contacto entre unidades litológicas que sofram descontinuidade sedimentar é de disconformidade.

Figura 8: foto ilustrativa de descontinuidade sedimentar localizada no Death Valley, California, retirada de http://marlimillerphoto.com/images/SrU-20.jpg e consultada a 23 de Outubro de 2010.


- Descontinuidades Estratigráficas: Ocorrem quando existe um intervalo de tempo considerável entre duas unidades sucessivas e podem prolongar-se por vários km. As unidades litológicas que apresentem descontinuidades estratigráficas têm contactos de paraconformidade, ou seja, não se verifica diferença de atitude entre as unidades sobrepostas, embora, por vezes, faltem alguns conjuntos líticos. Daí que as descontinuidades estratigráficas se observem na ausência de uma biozona, por exemplo.



- Descontinuidades Diastróficas: Quando há a ausência de uma unidade geológica, associada a uma deposição tectónica. As descontinuidades diastróficas provocam discordância angular, ou seja, verifica-se que os planos de estratificação superior e inferior não são paralelos e fazem um ângulo entre si. (Ver figura 9).


Figura 9: exemplo de discordância angular, situado na Praia do Telheiro, Algarve. Imagem extraída de http://farm4.static.flickr.com/3266/2903061558_ab4182832e.jpg e consultada no dia 23 de Outubro de 2010.



Referências bibliográficas:
[6] - Pais, João (2008) http://moodle.fct.unl.pt/mod/resource/view.php?id=132869, pesquisado a 23 de Outubro de 2010.

sábado, 16 de outubro de 2010

Princípios da Estratigrafia & Excepções

Os princípios da estratigrafia consistem num conjunto de regras estabelecidas que permitem auxiliar os estratígrafos a fazer a análise da sequência de camadas em estudo. Contudo, existem algumas excepções a estas regras.


Princípio do Uniformitarismo (Actualismo) – “O presente é a chave do passado”, ou seja, os acontecimentos geológicos actuais ocorreram de forma idêntica no passado.
            Este princípio, enunciado por James Hutton, não pode ser aplicado com absoluta certeza, visto que a Terra está constantemente a alterar determinadas características (por exemplo, a composição dos mares e da atmosfera a nível global), o que pode ter influência no comportamento de algumas estruturas geológicas e conduzir a interpretações erradas do passado geológico.




 [3] Princípio da Sobreposição – Os estratos não deformados de rochas sedimentares que estão sobrepostos a outros são mais recentes do que estes. Este princípio foi enunciado pela primeira vez por Nicolaus Steno, no ano de 1669. Na figura 4 está representado esquematicamente um exemplo deste princípio.
Há, no entanto, situações em que o princípio da sobreposição não se aplica: terraços fluviais, deformações tectónicas como dobras deitadas, filões-camada ou soleiras, depósitos enchendo cavidades cársicas (nas grutas, por exemplo). Estas situações excepcionais forçam a necessidade de os estratígrafos recorrerem a critérios de polaridade como marcas de ondulações (ripple marks), marcas de raízes, orientação de organismos em posição de vida, icnofósseis (fósseis de vestígios de actividade biológica de organismos do passado), granotriagem (selecção e separação das partículas de acordo com o seu tamanho, forma e densidade), que indicam se os estratos estão invertidos ou se encontram na sua posição original. 

Figura 4: Esquema do princípio da sobreposição, retirado de http://biogilde.files.wordpress.com/2008/11/principios_estratigrafia_1_2_f.png, consultado no dia 13 de Outubro de 2010.



Princípio da Continuidade lateral -  Um estrato tem sempre a mesma idade ao longo de toda a sua extensão, o que implica que os limites inferior (muro) e superior (tecto) da camada são superfícies isócronas, isto é, ocorrem em intervalos de tempo iguais, independentemente da ocorrência da variação horizontal (lateral) de fácies – “conjunto de caracteres litológicos e paleontológicos de uma formação geológica”. [4]

            Existem situações de excepção a este princípio, nomeadamente nas frentes de delta.




Princípio da Idade Paleontológica – Estratos que tenham o mesmo conteúdo fossilífero são da mesma idade, mesmo quando as rochas estão separadas por longas distâncias geográficas. Quem enunciou este princípio foi William Smith. (Ver figura 6).

Figura 6: Esquema do princípio da idade paleontológica, extraído de http://biogilde.files.wordpress.com/2008/11/principios_estratigrafia_1_2_f.png, consultado no dia 13 de Outubro de 2010.

Para aplicar o princípio da Idade Paleontológica recorre-se aos chamados fósseis estratigráficos, que possuem, regra geral, as seguintes características:[5]
- É pertencente a um grupo de animais que tenha evoluído rapidamente, ou seja, pertence a um grupo de curta longevidade;
- É muito abundante nos sedimentos;
- Apresenta vasta repartição geográfica;
- É fácil de reconhecer.

Nota: entre os melhores fósseis estratigráficos encontram-se os foraminíferos, as trilobites, os graptólitos, as amonites, os braquiópodes, etc.
A problemática deste princípio é, evidentemente, que nem sempre se encontram estratos com conteúdo fossilífero de qualidade.



Princípio da Intersecção – Sempre que uma unidade geológica intersecta outra é mais recente que a intersectada. Aplica-se sobretudo a falhas, filões, superfícies de erosão e batólitos ígneos. Esquema do princípio da intersecção, como está representado no esquema da figura 7.
Figura 7: Esquema do princípio da intersecção de http://img220.imageshack.us/img220/1778/19822989yu6.png, consultado no dia 16 de Outubro de 2010.



            Princípio da Inclusão – Quando uma rocha apresenta clastos é mais recente que estes.



Referências bibliográficas:

[3] In Infopédia Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consultado em 2010-10-13].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$principio-da-sobreposicao>.

[4] In Infopédia, disponível na http://www.infopedia.pt/pesquisa-global/fácies [Consultado em 2010-10-13].

[5] – Cachão, Mário (2004), Atlas básico de fósseis e minerais. Lisboa, Plátano Editora, S.A.



quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Estratos & Estratificação

A Terra é um planeta geologicamente activo, ou seja, apresenta actividade vulcânica, sísmica e movimentos tectónicos.
A ciência que estuda a Terra é a Geologia, da qual faz parte um ramo que se ocupa de fazer o estudo e interpretação da relação espacial e temporal das rochas, mais especificamente, dos estratos – a estratigrafia. 

Os estratos ou camadas são corpos líticos, mais ou menos homogéneos, que, aquando da sua formação, estariam na posição horizontal. Os estratos diferem dos adjacentes pela mudança na litologia, composição mineralógica, cor, composição química, granulometria, entre outras propriedades.
A um conjunto de estratos dá-se o nome de unidade.

As rochas sedimentares são constituídas por diversas unidades litológicas.


 
Estratificação [1]

A estratificação consiste no modo como as rochas sedimentares se dispõem: em camadas ou estratos sobrepostos. Esta distribuição resulta das condições de sedimentação, que variam ao longo do tempo, podendo mesmo haver períodos de interrupção da sedimentação, o que origina estratos de diferentes naturezas.
As superfícies planas que separam os estratos tomam a designação de juntas de estratificação. Cada estrato fica intercalado entre dois: um tecto, que é o estrato que o recobre e um muro, que é o estrato que fica por baixo.


Tipos de estratificação

Estratificação concordante e paralela: ocorre quando os estratos se dispõem paralelamente. Veja-se na Figura 1 um exemplo.
 
Figura 1: Estratificação paralela - California, retirado de http://www.earthscienceworld.org/images/search/results.html?Keyword=Bedding Planes#null(consultado em 6 de Outubro de 2010) 

          Estratificação discordante ou oblíqua: quando o agente de transporte desliza sobre uma superfície topográfica inclinada, a deposição de sedimentos origina estratos inclinados. A Figura 2 exemplifica este tipo de estratificação.


Figura 2: Estratificação oblíqua de arenito silicioso de cimento calcário - Cascais (Lisboa), retirado de http://e-geo.ineti.pt/bds/geositios/geositios.aspx (consultado em 6 de Outubro de 2010)

 
Estratificação entrecruzada: consiste numa “estrutura sedimentar em que as camadas ou lâminas têm inclinações que fazem ângulos entre si, sem ter havido nenhum episódio de discordância” [2], o que é provocado por variações na intensidade e/ou na direcção do agente de transporte (água ou vento). No caso de a velocidade ou a direcção da corrente se alterar, também se modifica a orientação dos estratos.
É bastante vulgar encontrar estratificação entrecruzada nos arenitos (ver Figura 3).

Figura 3: Estratificação entrecruzada – Navajo, Zion National Park; extraído de http://www.earthscienceworld.org/images/search/results.html?Keyword=Cross Bedding#null (consultado em 6 de Outubro de 2010)




 Referências bibliográficas:

[1] - Estratificação (geologia). In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consultado em 2010-10-06].
Disponível na www: <URL:
http://www.infopedia.pt/$estratificacao-(geologia),

[2] - Retirado do Léxico de Termos Geológicos, página consultada a 6 de Outubro de 10: http://e-geo.ineti.pt/bds/lexico_geologico/termo.aspx?termo=estratifica%E7%E3o%20entrecruzada