O trabalho do estratígrafo é utilizar as rochas sedimentares para reconstituir o passado geológico da Terra, uma vez que nelas se encontram diversas pistas como a ordem pela qual se formaram, as condições atmosféricas ou oceânicas que presidiram à sua formação e os organismos que existiam (e que se encontram fossilizados nelas).
A ferramenta a que os estratígrafos recorrem para efectuarem o seu trabalho é a tabela cronostratigráfica (ver na figura 12), que faz a reconstituição dos acontecimentos biológicos e geológicos mais marcantes da história da Terra e está organizada por ordem temporal numa escala cronostratigráfica.
Através da escala cronostratigráfica, o estratígrafo situa uma dada sequência de rochas no contexto da história da Terra, independentemente do local e litologia das rochas em estudo. Esta escala divide-se em unidades estratigráficas: Andar, Série, Sistema, Eritema e Eonotema, por ordem crescente de idade, a que correspondem as equivalentes unidades geocronológicas: Idade, Época, Período, Era e Eon. A idade (ou andar) é a unidade de maior importância, visto que corresponde ao intervalo de tempo mais curto e, portanto, mais específico.
É importante notar que, evidentemente, quanto mais se recua no tempo, mais incertas são as divisões do tempo geológico.
Outra nota: não existe uma única tabela cronostratigráfica aceite universalmente, existem sim diversas propostas que servem para guiar os estratígrafos e outros profissionais do ramo da geologia.
Existem algumas regras de nomenclatura em relação às componentes das tabelas cronostratigráticas:
Andar ou Idade: Os andares ganham o nome com “localização geográfica” + “iano”; por exemplo, Aquitaniano.
Série ou Época: A sua denominação tem origem do termo geográfico original.
Sistema ou Período: O nome pode terminar em “ico" – ex: Jurássico ou pode provir da posição no calendário da história da Terra – ex: “Carbonífero” provém de “carvão”.
Eritema ou Era: Corresponde a grandes mudanças, como no caso do Paleozóico, que significa “vida antiga”.
Eonotema ou Eon: O nome deriva também de grandes mudanças. Por exemplo, Fanerozóico significa “vida visível”.
Figura 12 - Tabela cronostratigráfica portuguesa, de João Pais e Rogério Rocha. |
Referências Bibliográficas:
Carvalheiro, Guilherme; Fernandes, Micael http://files.geomica.webnode.com.pt/200000007-3240b333a8/Tabela%20Cronostratigr%C3%A1fica%20PP.pdf, consultado a 4 de Janeiro de 2011.
Mateus, Octávio (2010), http://lusodinos.blogspot.com/2010/04/tabela-crono-estratigrafica-portuguesa.html, explorado no dia 4 de Janeiro de 2011.